domingo, 6 de setembro de 2009

Memórias Póstumas de Alfeu de Oliveira II


No ano de 1934, no dia 11 de junho, na cidade longínqua de Nepomuceno, no estado de Minas Gerais, nasci neste planeta Terra.

Meu pai, João Cândido de Oliveira, e minha mãe, Silvina Cândida de Oliveira, naquela época estavam bem de vida pois meu pai era comerciante bem cotado, dono de um moderno bar para a época, do único cinema da cidade e do clube social. Seus amigos eram doutores, fazendeiros e políticos e pertenciam à alta sociedade local.

Meus primeiros dias de vida, bem como os primeiros meses de existência, foram muito difíceis devido ao meu precário estado de saúde; muita debilidade física. Eu estava com uma doença de criança chamada coqueluche, uma tosse constante. Meu pai, já acostumado com as perdas de outros filhos, pouca importância dava para mim, pois já estava prevendo que eu também não iria vingar. Mas, para desencargo de consciência, pediu a um de seus amigos, que era médico, que fosse dar uma examinada em mim. Quando o médico lá chegou e me examinou, disse para meu pai:

-É João, você está enganado. O menino é mais forte do que você pensa. Ele vai ficar bom.

Receitou um remédio e, dentro de pouco tempo fiquei bom. Daí para a frente, fui me desenvolvendo, pouco no crescimento, mas bastante esperto e inteligente, como as pessoas mais achegadas diziam.

Naquela época, minha família era composta de meu pai, minha mãe, minha irmã mais velha, América, minha outra irmã, Alda, e eu.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Aforismos de Guilherme Guimarães


Como mencionei anteriormente aqui o nome de Guilherme Guimarães como um mestre dos aforismos, reproduzo aqui alguns deles:


A humanidade em si não é má. Mas existe muita gente que se dedica exclusivamente em torná-la ainda pior.


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Ter cultura não consiste em haver lido muitos livros e sim em haver aprendido alguma coisa útil em cada um dos livros que se leu.

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A cultura é uma arma que só o talento sabe empunhar.



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A importância de uma obra não se avalia pelo aplauso dos seus contemporâneos e sim pela extensão de termo em que ela exerce influência sobre o pensamento de um grupo ou de uma nação.



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Para consolidar a confiança em si próprio, nada há de mais útil do que vários êxitos consecutivos, mas para a têmpera dessa confiança, nada há de mais útil do que alguns insucessos alternados.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Memórias póstumas de Alfeu de Oliveira


Chegamos outra vez a São Paulo e desembarcamos na Estação Roosevelt, também conhecida como "Estação do Norte", devido à grande quantidade de migrantes nordestinos que a ela chegavam todos os dias. Ao sair da estação, procuramos um local para nos hospedar e refazer da longa viagem. A cidade já era conhecida de nossa família e na época não impressionava tanto. Fomos até um hotel que ficava bem ao lado da estação. Estávamos eu (que à época devia ter uns sete anos), meu pai João, minha mãe Silvina, minha irmã América (a mais velha, devia ter uns dezessete anos), minha outra irmã Alda (uns doze anos, eu acho) e o caçula Afrânio (um bebê, ainda). Chegamos ao hotel e lá descansamos, meu pai matutando o que faria naquela cidade pra sobreviver...
No dia seguinte saímos todos para procurar um lugar para comer melhor que o próprio hotel. Nos indicaram um restaurante que não era muito longe dali. Tomamos o rumo leste na avenida Rangel Pestana até chegar na avenida Celso Garcia, que à época era bastante estreita e não asfaltada. Na esquina desta com a rua Bresser se localizava o estabelecimento, o tal restaurante O Garoto.
Sentamos todos à volta de uma das mesas e logo um garçom veio nos atender. Após atender aos pedidos começou a conversar. Disse que seu nome era Sebastião e que conhecia uma hospedaria próxima ao Largo da Concórdia, no Brás, na qual poderíamos nos instalar de maneira mais confortável e barata do que o hotel. Ao mesmo tempo em que falava, olhava de vez em quando para América, que era muito bonita.
Após o almoço, Sebastião acompanhou-nos para mostrar onde era a tal hospedaria. A casa era simples, mas digna. No caminho ele ia conversando muito com meu pai e com América. Ao chegarmos, despediu-se, pois precisava voltar ao trabalho, colocando-se à disposição de meu pai para qualquer coisa. Antes de ir, o garçom nos deu várias moedas (para mim e para a Alda), o que nos deixou muito contentes. Mas a alegria não durou muito pois, mal Sebastião virou as costas, meu pai recolheu todas as moedas. É, assim foi nossa chegada definitiva à São Paulo, pois nunca mais deixaríamos a cidade novamente...

domingo, 10 de maio de 2009

Clipe do Jardim Elétrico: Utopia no Ar




YouTube - Jardim Elétrico: Utopia no Ar: http://www.youtube.com/watch?v=ubQ1O0QTlH8




Em primeira mão o clipe de Utopia no Ar, do Jardim Elétrico, composição minha e de Tato Carvalho, editado por Diógenes Reis. O vídeo da lendária banda está invadindo o ciberespaço esta semana e breve estará nas televisões de todo o mundo. Empresários, de olho no lançamento do aguardado CD que reune os maiores sucessos da banda, estão em contato para decidir onde será o lançamento mundial e, claro, oferecendo milhões para que eu contrate uns caras, dizendo ser a nova formação da banda. Todos estão enfurecidos com a demora na finalização do CD, só rivalizada com Chinese Democracy, do Guns 'n' Roses. Well, enjoy it!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Religiões do Brasil







Venho comunicar a publicação on line do livro Religiões do Brasil, de meu irmão Arnaldo de Oliveira, o qual não posso dizer que traga respostas, mas ainda mais perguntas e inquietações. Eu realmente o recomendo, ainda que seja um livro de 1983, o qual estou atualizando com notas à luz de novos conhecimentos. endereço eletrônico: http://religioesdobrasil.blogspot.com/. A leitura deve ser feita dos posts mais antigos para os mais recentes, poi o livro é em formato de blog (blegh!). Boa leitura e abraços a todos.